quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

balanço 2014

Eu vou remar contra a maré e fazer uma homenagem ao ano de 2014.
Não vou ser egoista e dizer que foi um ano incrível porque reconheço que no âmbito nacional e mundial, muitas coisas questionáveis e complicadas aconteceram. Todas aquelas que todos estamos cansados de saber e que não vou comentar aqui.

Quero falar de coisas boas e de tudo de lindo que 2014 trouxe para mim.
O ano começou com uma mudança de casa inesperada. Mas ter finalmente o meu canto, com a minha cara e da Vivian, minha amiga querida que mora comigo, tem se revelado uma constante alegria. Em março nós duas resolvemos nos dar um presente de casa nova e fomos ali, dar um pulinho Buenos Aires, na Argentina. Eu já viajei muito nessa vida, mas nunca tinha ido pra nenhum lugar da América Latina. Buenos Aires é uma delícia de cidade. Fiquei encantada com toda aquela vida, arquitetura, parques e infraestrutura. Senti uma certa vergonha das nossas cidades com praças mal cuidadas e escassez de parques e voltei cheia de vontade de explorar um pouco mais dos nossos países vizinhos.

Como já contei em posts anteriores, em junho eu fechei a Expedição Pré Colombiana com a Gaia Expedições e em setembro pegamos a estrada rumo Machu Pichu, Lago Titicaca e Atacama. Foram 3 países e 11.000 kms rodados. Uma experiência única que mudou a minha vida.

Desde que voltei dessa viagem, a sensação que eu tenho é de que tudo mudou. Pode parecer clichê, pode soar piegas e óbvio até, mas para mim, que estou aqui de dentro vivendo isso, digo que foi transformador. Viagens sempre mexem com a gente, sempre ensinam algo, sempre enriquecem o nosso repertório de histórias. Mas essa viagem específica mudou a maneira como eu pretendo dar continuidade a minha vida. Eu não consegui voltar pra casa e retomar as minhas atividades de antes como se nada tivesse acontecido, como se eu tivesse ido passar uns dias em Barcelona ou NY. Sem querer desmerecer essas viagens, longe de mim, todas as vezes que eu fui também voltei diferente, mas sempre voltei e consegui seguir com a minha rotina. Dessa vez não. Dessa vez eu voltei e tive dificuldade em voltar a trabalhar, em passear em São Paulo, em me sentir confortável naquela vida que eu tinha. Já não me sentia completa fazendo o que eu fazia, já não conseguia me inserir naquele contexto da mesma maneira, já não conseguia achar importante coisas que antes eram questão de vida ou morte. Acabei me trancando em casa e me dedicando aos vídeos da viagem. Demorei 1 mês pra terminar todos, o que significou mais 1 mês de viagem. 

Uma vez terminados os vídeos, embarquei em uma nova expedição. Dessa vez de carona, fui com a Gaia até a Serra da Canastra. O que começou como uma excelente desculpa pra sair de casa e viajar mais um pouco, se revelou uma maravilhosa surpresa. A Serra da Canastra é linda, as paisagens são mágicas e a natureza é exuberante. As estradas de terra levam a cachoeiras maravilhosas e ver a nascente do Rio São Francisco e a primeira queda do mesmo, uma cachoeira gigante chamada Casca D'anta, me tiraram o fôlego e encheram meus olhos de lágrimas. Nessa expedição eu aprendi um pouco mais sobre dirigir na lama, vi de perto o cuidado e o carinho que o Gaia, Monika e Xará tem com os carros, pude filmar e fotografar com mais liberdade pois não tinha que me preocupar em mudar marchas e me manter na estrada. Foi uma viagem completamente diferente da anterior e que só reforçou o fato de que o meu caminho é esse. É isso que eu amo fazer e é nesse caminho que eu devo seguir. 

Foi com esse blog que o amor pela escrita brotou em mim novamente e cada texto que eu escrevia sobre a viagem saia de mim de forma tão natural e autêntica que algumas vezes eu me perguntei em que momento e por que cargas d'eagua eu parei de escrever. Já estava na hora de retomar isso. A escrita é parte de mim, é parte da minha essência e a maneira como eu melhor me expresso. Obrigada Sergio, Vanessa e Giuliano, amigos queridos, que sempre me cutucaram e me incentivaram a voltar a praticar a arte da escrita. Talvez eu não tenha reagido no momento específico, mas certas coisas precisam ser digeridas. Vocês tinham razão, eu sou mais eu e mais feliz escrevendo.

Pra reforçar ainda mais o fato de que talvez esse seja mesmo o meu caminho, recebi um convite para escrever um texto pra Revista 4x4 Digital do James Garcia. Escrevi aquilo com tal prazer e alegria que me fez recordar aquele momento lá atrás que eu escrevia com frequência e sonhava em estudar jornalismo. Lembrei da época que eu era redatora na Prodigo Films e que nada me dava mais prazer do que escrever os textos que o Giu me pedia. A matéria ficou linda e lá está registrado, além da viagem, esse momento de descoberta e autoconhecimento que 2014 me trouxe pra vida. 

Ontem, depois de alguns e-mails trocados com o Robert Anger e a Grace Downey, do Challenging your Dreams, eles me convidaram oficialmente pra ser colaboradora da Revista Overlander que será lançada em março. Se isso não for mais uma prova de que eu achei o meu caminho, a minha estrada, eu deixo de acreditar no sentido da vida e na maneira louca como tudo se encaixa. Aos poucos tudo faz mais sentido e meu coração fica muito mais tranquilo.

2014 me deu também lindos amigos. Ganhei a Vivian, a Olivia, a Julia, a Monika e o Gaia, o Paulo e outros tantos queridos. A Tambuladeira, empresa da Gabriela Mott e minha, de exportação de vinhos portugueses, cresceu e ganhou força. Desenvolvemos uma nova identidade visual, abrimos novos mercados e hoje contamos com muitos seguidores, admiradores e parceiros fortes e queridos que vão fazer toda diferença nesse novo ano que se aproxima.

2014 também me apresentou a possibilidade de mais uma linda viagem pra Patagonia e Carretera Austral, que já chega com novos projetos misturados com antigos projetos, uma mudança, novos trabalhos, novas parcerias. E de repente, olho pra dentro e percebo que  tudo que eu fiz até hoje serviu exatamente para me trazer até aqui. Nada foi em vão, nada foi por acaso, nada sobrou ou faltou. Tudo que eu vivi, por mais difícil que tenha sido, tudo que eu passei, todos que passaram pela minha vida, tudo isso junto e misturado, agora me fazem embarcar em mais uma nova linda aventura de vida.

Obrigada, 2014, por tão gostosas descobertas e lindas perspectivas. 







quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

novos caminhos

Com o ano acabando e tantas coisas boas e novas acontecendo, preparar uma nova viagem tem sido uma grande alegria. Além do fato de já ser a terceira expedição, segunda com a Cabrita, e eu já saber exatamente o que eu preciso levar e o que serve apenas para ocupar espaço e atravancar caminho. 

Na primeira viagem, aquela de setembro pra Machu Pichu, Titicaca e Atacama, eu estava com uma logística de malas completamente esquizofrênica. Cada vez que eu tinha que descarregar era um Deus nos acuda. Tanta coisa eu tinha pra tirar do carro que em Ocongate, a 3.500m de altitude, eu até passei mal. 

Dessa vez eu tô vacinada e acredito que as coisas vão ser diferentes. Não preciso levar tantos sapatos, nem tantos casacos, nem tanta comida, nem tanta tranqueira. Além da mala de roupas, que era renovada a cada 5 dias com o que estava na mala maior, eu ainda tinha uma bolsa de mão de 15 quilos, uma mochila cheia de equipamentos, uma outra sacola com quinquilharias... Dessa vez vou com uma mala só, torcendo pra não vazar diesel novamente e acabar com a minha alegria. 

Os documentos e seguros já foram feitos, as copias já estavam prontas da outra viagem e a ansiedade e o medo do desconhecido deram lugar a uma vontade enorme de já sair dirigindo, de pegar estrada, de encontrar os amigos queridos, de conhecer os novos parceiros de comboio, de jantar junto e conversar pelo rádio.

Não vejo a hora de ver essas novas paisagens, de encontrar pinguins, de explorar um pouco mais esse mundo lindo que só se apresenta àqueles que saem para vê-lo. 

A Cabrita já passou por um check up e já está pronta pra próxima expedição.

60ª Expedição Gaia - Patagonia e Carretera Austral.
janeiro - 2015
 

E que venha o novo, que venha o desconhecido!




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Serra da Canastra - MG

Finalmente chegou o momento de pegar estrada novamente.

Desde que voltei da expedição fui aqui e ali, mas só viagens curtinhas, no máximo até Brotas pra fazer a revisão na Cabrita.

A bichinha deu um pouco de trabalho pra ficar em forma novamente depois daqueles 11mil kms rodados em 1 mês. Eram vários vazamentos de oléo. No carter, no cambio... Tive que consertar o hidrovacuo, trocar a junta do carter, trocar amortecedores e molas, rolamento da correia, etc... e ainda faltam as pastilhas de freio e aposto que até janeiro ainda devem aparecer mais algumas coisinhas. Mas o importante é que agora a Cabrita tá pulando com firmeza e não deixa mais nenhuma marca de óleo pelo caminho.

Depois de muito pensar e hesitar, resolvi me aventurar em mais uma viagem em comboio com a Gaia Expedições, dessa vez no banco do passageiro. Vou no carro  do Xará pra Serra da Canastra - MG.  Resolvi poupar a Cabrita pra ida pra Patagônia em janeiro. Confesso que vai ser um pouco estranho não ir dirigindo e ficar quietinha ali no banco do lado, mas também vai ser uma nova maneira de viajar. Dessa vez ela fica e eu vou poder filmar tudo mais tranquila. Vou até poder tirar um cochilo! rs.

Sexta-feira cedinho eu vou pra Brotas encontrar com o Gaia, Monika e Xará e de lá já partimos pra Delfinópolis. Sábado é o encontro com o restante da turma do comboio e o nosso jantar de confraternização.

Roteiro: – Delfinópolis – Vão da Babilônia – Vargem Bonita – Parque Nacional – São Roque de Minas

Abrigando a nascente do rio São Francisco, o Parque Nacional da Serra da Canastra foi criado em 1972. Possui esse nome devido à semelhança apresentada pelo imenso chapadão que, ao ser avistado de longe, parece ter a forma de uma canastra ou de um baú. O Parque fica na região sudoeste do estado de Minas Gerais e a sua área abrange os municípios de São Roque de Minas, Sacramento e Delfinópolis.

É... a verdade é que eu fui picada pelo mosquito das viagens de carro. Ficar muito tempo sem estrada me dá ansiedade, faniquito, falta de ar. Parece até que eu não me sinto completa. Só de saber que daqui a dois dias eu saio daqui já me dá uma alegria...

Que venha a Canastra.

E ela também vai estar aqui no blog pra quem quiser acompanhar. Oba! :)







segunda-feira, 10 de novembro de 2014

músicas da viagem


Quer ouvir as músicas que usei nos vídeos da viagem?

Estão todas disponíveis nessa playlist no spotify chamada Pela Estrada Afora.



Eba! :)








sábado, 8 de novembro de 2014

a chegar

Aos poucos eu tenho voltado de viagem. Aos poucos eu estou de volta e começo a me sentir em casa novamente. A minha casa já não é a mesma casa. Me vejo em outros tempos aqui dentro, mas trouxe comigo coisas da nova Dora que aos poucos tomam conta do lugar. E eu começo a me habituar novamente, sabendo que é apenas um hábito, não um anseio louco de vida. mas eu me alimento de vida. e eu quero sentir tudo aquilo no corpo. Chegar no novo, dirigir o dia todo, sozinha. Eu continuo sentindo saudade da estrada.


domingo, 2 de novembro de 2014

matéria no Catraca Livre

Como se a viagem já não tivesse sido incrível, ainda saiu uma matéria no Catraca Livre falando da minha aventura. 


Muito legal! Olha lá! 


Jovem compra 4x4 e faz expedição pela América do Sul



sábado, 11 de outubro de 2014

Uma vez fui viajar...

"Uma vez fui viajar e não voltei
Não por rebeldia ou por ter decidido ficar; simplesmente mudei.

Cruzei fronteiras que eu nunca imaginaria cruzar. Nem no mapa, nem na vida. Fui tão longe que olhar para trás não era confortante, era motivador.

Conheci o que posso chamar de professores e acessei conhecimentos que nenhum livro poderia me ensinar. Não por serem secretos, mas por serem vivos.

Acrescentei ao dicionário da minha vida novos significados para educação, medo e respeito.
Reaprendi o valor de alguns gestos. Como quando criança, a espontaneidade de sorrisos e olhares faz valer a comunicação mais universal que há – a linguagem da alma.

Fui acolhido por pessoas, famílias, estranhos, bancos e praças. Entre chãos e humanos, ambos podem ser igualmente frios ou restauradores.
Conheci ruas, estações, aeroportos e me orgulho de ter dificuldade em lembrar seus nomes. 
Minha memória compartilha do meu desejo de querer refrescar-se com novos e velhos ares.
Fiz amigos de verdade. Amigos de estrada não sucumbem ao espaço e nem ao tempo. Amigos de estrada cruzam distâncias; confrontam os anos. São amizades que transpassam verões e invernos com a certeza de novos encontros.

Vivi além da minha imaginação. Contrariei expectativas e acumulei riquezas imateriais. Permiti ao meu corpo e à minha mente experimentar outros estados de vivência e consciência.
Redescobri o que me fascina. Senti calores no peito e dei espaço para meu coração acelerar mais do que uma rotina qualquer permitiria.

E quer saber?

Conheci outras versões da saudade. Como nós, ela pode ser dura. Mas juro que tem suas fraquezas. Aliás, ela pode ser linda.
Com ela, reavaliei meus abraços, dei mais respeito à algumas palavras e me apaixonei ainda mais por meus amigos e minha família.

E ainda tenho muito que aprender.
Na verdade, tais experiências apenas me dirigem para uma certeza – que ainda tenho muito lugar para conhecer, pessoas a cruzar e conhecimento para experimentar.

Uma fez fui viajar…e foi a partir deste momento que entendi que qualquer viagem é uma ida sem volta."

(Jyoti)

os vídeos do caminho

Lá no vimeo eu estou postando todos os vídeos que estou editando do caminho.
Quer ver? 

https://vimeo.com/channels/pelaestradaafora

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Estamos indo de volta pra casa.

Acordar em Foz do Iguaçu e não necessariamente precisar acordar, nem arrumar mala, nem sair correndo foi no mínimo estranho. Posso dizer que hoje eu acordei com um grande vazio no peito. 

Quando eu a Julia fomos tomar café, os Gaia e o Matsumura já tinham ido embora. Ficamos apenas eu e ela, Caio e Luiza, Pedro, Sergio e Graciele. O Caio foi embora pouco depois e a família do Pedro apesar de ter ficado mais uns dias, a gente mal encontrou.

O dia estava feio e pairava no ar uma certa tristeza. Aquele clima de despedida da noite anterior ainda estava escondido ali, atrás de cada porta, de cada cadeira. Não demorou muito e começou a chover. Chover de verdade... Daquelas chuvas que não vemos há anos em São Paulo. Hoje era nosso dia de conhecer Foz do Iguaçu, mas acabamos voltando pro quarto. Ali ficamos um bom tempo, até que deu um siricutico na gente e resolvemos sair assim mesmo. Foi só colocar o pé pra fora que a chuva parou. Fomos até as cataratas e por pouco não desistimos ainda no estacionamento. Não sei se é porque era domingo, mas aquele lugar parecia o rascunho mal feito do mapa do inferno. 20 ônibus, um monte de gente com capa de chuva, crianças e adultos histéricos correndo. Não, eu não gosto de lugares cheios, sim, eu detesto multidões, é, talvez seja esses um dos motivos de gostar tanto de viajar no meu carro com pouca gente. rs.

Compramos o ingresso, pegamos o ônibus e lá fomos nós curtir o passeio turístico. Nosso espírito era de profunda depressão, mas no final das contas até que nos divertimos. Pouco deu pra ver de fato as cataratas primeiro porque estava nublado, segundo que estava meio chovendo e a água tava tão barrenta que aquilo tava quase nojento. Resumindo, aquele domingo era o dia perfeito pra ter ido embora... Mas não o fizemos.

Saindo das cataratas fomos tentar arranjar um lugar gostosinho pra comer e talvez até comprar um artesanato. Rodamos a cidade inteira, estava tudo fechado. Acabmos em um restaurante "italiano" de um hotel e nos acabamos em um Filé a Parmegiana. Acompanhado de uma Original, é claro, afinal de contas, em algum lugar tinhamos que colocar toda a frustração daquele dia fiasco.

Voltamos pro Hotel, arrumamos as coisas e lá ficamos o resto do dia. Era melhor evitar qualquer tipo de risco. Ainda por cima jantamos um cheeseburguer. Meu Deus, será que dá pra deletar esse dia?

Segunda-feira pela manhã acordamos bem cedo e fizemos questão de sair correndo. Agora que era estrada sem Gaia, o jeito era contar com o Google Maps, até porque as bonitas aqui nem cogitaram comprar um mapa rodoviário. O google nos mandou cortar caminho por uma rua de pedra mal ajambrada que por um momento eu achei que não fosse sair dali viva, mas 11kms e muito tempo depois, avistamos a estrada e seguimos o nosso caminho.

A idéia era parar pra dormir em Ourinhos, já no estado de São Paulo, mas a viagem fluiu bem, tinham poucos caminhões, quase não precisamos parar pra fazer xixi e acabamos passando em Ourinhos muito cedo ainda. Como o nosso destino antes de São Paulo era Cunha, resolvemos aumentar o trajeto do dia e chegar mais cedo lá no dia seguinte. Dirigi seguido até Brotas. 900kms. Chegamos lá de noitinha. A Cabrita balança bastante e a sensação que eu tinha era de que eu passei o dia inteiro navegando. Encontramos com a Monika e o Gaia e fomos jantar e tomar mais uma cerveja. Foi reconfortante encontrar com eles. Depois de tanto tempo convivendo, 2 dias sem vê-los e a saudade já era tremenda!

Na terça-feira, como já tínhamos economizado uns bons quilometros, acordamos mais tarde e saimos de Brotas com bastante calma. Ainda passamos na casa dos Gaia pra conhecer a Zel, a Zuca e a Nora, as duas cachorras e a gata da casa. Mais uma vez nos despedimos e depois disso partimos.

A estrada foi tranquila e apesar de ter pegado a Dutra e não a Carvalho Pinto, chegamos em Cunha cedinho e ainda aproveitamos a tarde pra dar uma volta, fazer uma sauna e a noite jantar e tomar um choppinho.

Ficamos tão encantadas com Cunha e com a pousada Cheiro da Terra que desistimos do plano de ir pra Ubatuba no dia seguinte e ficamos por ali mais um dia.

Quarta-feira acordamos pra tomar café e depois voltamos pra cama. Dormimos até meio dia. Acordamos mais uma vez e depois de trancar a preguiça no banheiro resolvemos que precisávamos queimar algumas calorias e fomos fazer um passeio. Nos recomendaram que fôssemos até a Pedra da Macela, que era uma caminhada tranquila e a vista era linda. A estrada pra chegar lá era uma gracinha. Eu e a Julia quase compramos umas 3 casinhas. Chegamos no pé da trilha, deixamos o carro e fomos subindo devagarzinho. Já nos primeiros 500m, eu tava ali linda gravando um depoimento pro meu vídeo quando de repente o cadarço da bota direita enganchou na bota esquerda e quando eu menos esperava, BUF! Cai de joelho e cotovelo no chão. Uma raladinha aqui, um sanguinho ali, um roxo no cantinho e sacode a poeira que ainda tem bastante chão pra chegar lá em cima. rs.

A caminhada foi ficando interminável e quando eu achava que estava quase chegando, mais uma piramba se apresentava. A Julia foi ficando pra trás, já que ela parava pra olhar todas as florzinhas, e eu fui andando, quase engatinhando, toda aquela subida. Chegar lá em cima fez todo o perrengue passar batido. Demos sorte e apesar do dia não estar limpo, lá do alto dava pra ver o mar e a baia todinha. Depois de um tempo ali vendo aquilo, descer foi facinho.

No dia seguinte, não muito cedo, resolvemos começar a nossa volta pra casa. Já era quinta-feira e já tinhamos tido tempo pra descomprimir e aceitar que tudo aquilo em algum momento teria que chegar ao fim.

Descemos pro litoral pela estrada Cunha - Paraty, que por muito tempo foi de terra, mas que agora dessa época só sobrou um pedacinho. A estrada já está quase toda asfaltada e qualquer carro faria aquele caminho. O que decepcionou um pouco a mim, a Julia e à Cabrita.

Almoçamos em Paraty, mas o dia estava cinza e chuvoso, nada convidativo, assim que depois de comer já pegamos de novo o carro e fomos voltando.  

O trecho de estrada passando em Ubatuba tava uma mega chuva. Menos mal que decidimos ficar lá em cima mais um dia. Subimos a serra, a chuva passou e depois de um tempinho o alarme do carro disparou. Os carros da frente abriam caminho e as pessoas na estrada nos olhavam assustadas. "O que essas doidas tanto buzinam?" O barulho estava alto e parei em um posto de combustivel. Desliguei o motor, desci do carro, fiquei apertando os botõeszinhos do controle e de repente o barulho parou. Ufa... Seguimos! Mais ali adiante, depois de São Luis do Paraitinga, o alarme disparou de novo. Tentei a mesma técnica, dessa vez no acostamento, mas o alarme não parou e quando já estava achando que seguiria até  São Paulo com aquele barulho maldito, o dito cujo bloqueou o meu combustível. A Cabrita não ligou mais e fui obrigada a chamar o guincho...

Por sorte estávamos a 40kms de Taubaté e nossos telefones funcionavam bem. Era fim de tarde, mas quando o guincho chegou ainda tinha um resto de luz do dia. A Porto Seguro foi bem ninja. Logo depois do guincho chegou o nosso taxi, também do seguro, transferimos todas as malas e coisas pessoais pra palio weekend e ali nos despedimos da Cabrita. Ela foi de guincho pra oficina.

Foi estranho chegar em casa em outro carro. Rodei com a Cabrita quase 11.000kms. Várias vezes ela ameaçou me deixar na mão, faz foi super guerreira. Aguentou calor, neve, altitude. Cruzou desertos, conheceu lhamas, viu o oceano pacífico, se encheu de poeira, se duvidar as vezes que eu chorei ela deve ter até chorado comigo. Nunca imaginei chegar em casa de outro jeito, nunca imaginei que hoje eu não guardaria ela na garagem, que não daria um abraço carinhoso de agradecimento...

Mas eu entendo a rebeldia da Cabrita e uma das coisas que essa viagem me ensinou foi a olhar bem pra isso. Tanto ela quanto eu, não pertencemos a esse lugar que vivemos. Nós somos do mato, da praia, das estradas e da natureza e se dar toda essa volta de carro me serviu pra algo, foi pra me mostrar que o mundo é muito grande e muito bonito pra ficar aqui paradinha. Com certeza eu tenho um lugar nesse mundo, mas vou ter que procurar mais um tantinho.

Mas enquanto não achamos, Cabrita, eu te prometo, em janeiro vamos passear mais um pouquinho. Vamos juntas e com o Gaia ver os pinguins lá da Patagônia Argentina.

Voltar pra casa foi muito bom, encontrar o Tuna e a Vivian então, foi uma alegria sem fim. Mas hoje, a sensação que eu tenho, é que era uma outra Dora a Pessoa que morava aqui. 











 
 






sábado, 27 de setembro de 2014

Dia 18 - Corrientes - Foz do Iguaçu - FIM DA EXPEDIÇÃO

Hoje o dia amanheceu estranho. Havia no ar um clima de despedida. 
O Paulo se despediu de nós ali mesmo, onde estávamos tomando café da manhã. Dali ele ia pegar outro rumo e voltar pra São Paulo por outro caminho. 

De repente me caiu a ficha que dali a pouco eu deixaria de ver e conviver com aquelas pessoas que já eram parte da minha vida. Enquanto tomava meu café e comia 5 medias lunas, passei a olhar pra todos com nostalgia. Só eu sei a falta que tudo aquilo me faria...

A estrada de Corrientes pra Foz era infinitamente mais interessante e bonita do que a de ontem. A paisagem voltou a mudar e viajamos boa parte do tempo com o Rio Paraná nos acompanhando. 

Paramos em um posto pra uma hidráulica e ali nos despedimos da Monica, Antonio e Joaquim. Eles se separaram do comboio e pegaram outro rumo pra chegar mais rápido no Rio de Janeiro. Mais uma despedido. Agora éramos apenas 8. O comboio foi ficando cada vez mais silencioso.

Cruzamos romeiros a cavalo, passamos por vilas pequenas e arrumadinhas. A vegetação de pasto rasteiro do Chaco começou a dar lugar a árvores grandes e quando menos esperávamos, já estávamos de novo rodeados de mata. Até a cor da terra era diferente e o clima de Brasil foi ficando cada vez mais presente. No clima, no ar, nos cheiros, nas fisionomias.

O sono da hora do almoço bateu forte hoje e várias vezes eu tive que apelar pro spray de água e ar condicionado na cara. Foi em um desses momentos que cruzamos com um caminhão apressado do qual desprendeu um bloco grande de barro que atingiu direto o meu carro. Fez um barulhão na lataria e eu e a Julia levamos um susto tão grande que o sono passou rapidinho. Por sorte não bateu no vidro e só vi o estrago feito quando chegamos no destino.

Chegamos em Foz do Iguaçu no começo da tarde. Nosso comboio se dividiu e parte dele quis parar no free shop pra dar uma olhadinha. Nós, Gaias e Matsumura fomos direto pro hotel. Chegando lá, antes de descer do carro, eu desatei num choro que parecia que não ia ter fim. Comecei a pensar em todo o trajeto, em todo o caminho pra chegar até ali. Foi uma superação de várias coisas, foi um grande aprendizado pra mim. Olho pra trás e vejo que fui deixando muitas partes minhas pelo caminho. A Dora que chegou em Foz é muito diferente daquela que saiu de São Paulo. Hoje, quando eu cheguei, eu me senti mais leve e também mais feliz. A Julia chorou comigo, abraçamos Monika e Gaia e tomamos cerveja pra celebrar aquele momento tão lindo.

As 20hs nos encontramos todos e jantamos todos juntos. O Nelson fez um belo discurso homenageando a todos e é claro que eu chorei mais um pouquinho.

O jantar acabou, nós continuamos mais um pouco na cerveja, tentando prolongar um pouco mais aquele dia, mas aos poucos uns e outros foram se retirando e ali nos despedimos. Eu e a Julia vamos prorrogar um pouco a nossa volta e antes de chegar em São Paulo vamos dar mais um rolezinho.

Em Foz do Iguaçu terminou a 57ª Expedição Gaia, a melhor viagem que eu fiz na minha vida.

Mesmo tendo escrito esse blog inteiro, me faltam palavras para agradecer à Gaia por essa experiência incrível. Gaia, Xará, Leli e Monika, obrigada pelo cuidado e atenção que tiveram e pela amizade que construimos. 

E o que dizer daqueles loucos como eu que se jogaram nessa aventura de 10.000kms? Que parceiros incríveis! Bravos e incansáveis guerreiros que me acompanharam e com os quais me diverti durante todo o caminho. Nelson e Tereza, Caio e Luiza, Matsumura, Paulo, Pedro, Gracieli e Sergio, Monica, Antonio e Joaquim, Ladmir e Claudia. Obrigada por todo o carinho que me deram durante todo o caminho.  

Julia, amiga, ter encontrado com você no Atacama deixou a  viagem ainda mais bonita.

Eu sempre soube que essa viagem seria maravilhosa, mas talvez eu não soubesse o que isso de fato significaria. Eu só queria agora voltar lá atrás e começar a arrumar o carro de novo e ir de novo pra Brotas, rumo ao desconhecido e começar esse roteiro mais uma vez, e repetir tudo, do mesmo jeito, do início.

Outras viagens virão, mas essa eu vou guardar pra sempre comigo.

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sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Dia 17 - Salta / Corrientes ARGENTINA

Saímos bem cedo de Salta. Hoje seria o fatídico dia dos 830kms. Tinha medo desse dia desde antes de sair de São Paulo. Essa reta final de viagem sempre pareceu ser a parte mais puxada.

A estrada de Salta pra Corrientes começou interessante, até que consegui ver beleza naquele caminho, mas depois de 400kms eu já estava cansada. Alguns trechos dela eram retas intermináveis, com a mesma vegetação, que parecia um sansão do campo sem graça. Até que víamos um falcãozinho aqui, um periquito ali, alguns Lilis espalhados, mas a maior parte do tempo era uma uma reta sem graça.

Já no começo do dia a Julia começou a se empolgar com as flores do campo, chegou até pra pedir pra parar o comboio pra ela colher flores, mas o Gaia fingiu que não ouviu e encheu os canos. Quando paramos no posto pra tomar café, lá foi ela atrás de flores, mas voltou com a mão cheia de espinhos e só umas florzinhas que logo murcharam e foram pro lixo.

Foi nessa estrada que eu finalmente consegui gravar o odômetro do carro virando pra um número redondo. Aqui cheguei aos 8.000 kms rodados. Yeah! Tentei gravar os 5.000, 6.000, 7.000... Mas sou tão lesada que só quando lembrava de reparar na kilometragem já havia passado 55kms.

8.000kms são muitos kms. Lembro de chegar em Porto Velho, lá atrás, quando havia rodado apenas 3.200 e aquele já ter sido o meu recorde de kms dirigidos. Desde então eu me supero a cada dia. Agora tudo parece tão pertinho!

A estrada seguia interminável. Eu e a Julia falamos até da vida que não vivemos e dos sonhos que nunca tivemos. Ouvimos todas as músicas, filmamos todas as curvas, rimos, choramos, comemos, só não dormimos... e mesmo assim, não chegávamos nunca. Em determinado momento apareceram muitos buracos. Fui tentar desviar de um deles e levei uma bronca do Gaia. Em velocidade alta, meu carro não é nada estável e desviar bruscamente de algo, pode até capotar o carro. Depois disso eu fiquei pianinho e cai bonito em todas as crateras do caminho. rs.

Chegamos em Corrientes com o sol de pondo. Foi um por do sol lindo! Queria ter parado ali na beira do rio pra tomar uma cerveja e contemplar aquela beleza, mas tivemos que ir direto pro hotel. Depois de tantos kms, o que sobrava de mim era menos que um bagaço.  Tomamos uma cerveja ainda no estacionamento, depois de parar os carros, fui com a Julia e o Pedro trocar mais um pouco de dinheiro e fomos jantar ali por perto. E toma mais cerveja no jantar, na volta para num botequinho, e assim vamos, dormir exausta mas alegrinha.

Hoje foi o nosso último penúltimo dia de expedição. Já falei isso algumas vezes, mas vou ser redundante. Pensar que essa viagem está acabando me parte o coração...









quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Dia 16 - Purmamarca / Salta ARGENTINA

Como hoje o trajeto seria curto, 260kms, pudemos sair um pouco mais tarde. 9hs da manhã nos despedimos de Purmamarca. Saimos de lá com o coração partido. O céu aquela manhã estava também colorido e formava arco-íris nas nuvens. Aquele céu com aquelas montanhas pediam pelo menos mais um dia de visita.

Mas a viagem vinha chegando ao fim e tinhamos que seguir pra Salta, nosso próximo destino. 

Aos poucos a paisagem de montanhas áridas e coloridas deu lugar a uma estrada cercada de árvores frondosas. Fazia tempo que não víamos árvores grandes, verdes e floridas. Nesse trecho específico havia uma árvore com flores vermelhas que não descobrimos o nome, mas que era tão linda... Apesar de estar bem estragadinha, eu e a Julia estávamos atentas aos Lilis e as fofuras do caminho. Mesmo de ressaca, é uma delícia viajar de carro. rs.

Seguimos descendo a cordilheira passando por Jujuy e chegamos em Salta na hora do almoço.

Salta era o lugar ideal pra passear e comprar vinho. Só ouvi falar bem da cidade e todos recomendaram que saissemos pra dar uma volta. A turma toda saiu animada pro supermercado do shopping pra comprar caixas de vinho argentino. Eu e a Julia, depois de tomar umas cervejas de boas vindas, acabamos dormindo e não saimos. Como na noite anterior tínhamos bebido um pouquinho além da conta (nem conto o total de garrafas de vinho que foram) a gente acabou pedindo arrego e capotou sem medo. O hotel que ficamos é incrível e apesar de terem nos colocado em uma cama de casal, ela era tão grande que a gente mal se viu. Quando acordamos já era quase hora do jantar e fomos correndo até uma loja de vinhos que tinha por ali que o Paulo recomendou e resolvemos o problema sem precisar ir até um shopping, o que só de pensar já me dava pânico.

Saimos pra jantar, bebemos mais um pouquinho, depois mais algumas saideiras pelo caminho e voltamos pro hotel. O dia amanhã vai ser beeeeem longo. O único jeito era dormir cedo e descansar mais um tantinho. 830 km no mesmo dia. Ai que medo!














quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Dia 15 - San Pedro do Atacama CHILE / Purmamarca ARGENTINA

Acordamos cedo pra sair e confesso que eu estava um pouco desacostumada a tal movimentação matinal. Foi difícil sair da cama, mas a alegria de voltar pra estrada já me animou logo cedo. Hoje seriam 400kms de trajeto.

Foi a primeira saída da Julia e ela ainda estava um pouco em câmera lenta, mas pegou o jeito rapidinho. 

Saimos da Pousada quase com o Sol. O vulcão Licancabur estava especialmente lindo essa manhã e o caminho pra Argentina passava bem pertinho dele.

Começamos o dia ao som de Morphine. Foi a trilha sonora perfeita pra aquele momento. A estrada passava perto dos vulcões e conforme subiamos, nos deparamos até com gelo na estrada. Que belo amanhecer pegamos esse dia.

A estrada pela manhã era especial e fresca. Parecia até intocada. Como se fôssemos os primeiros a passar por ali. Tudo brilhava de um jeito especial aquela manhã e ter a Julia do meu lado, ajudando com as funções, já pegando o rádio, colocando música, navegando comigo... Fez toda a diferença. Eu gostava dos meus dias sozinha no carro e foi muito bom ter vivido isso por 20 dias, mas ela trouxe um frescor, uma novidade, uma quebra de rotina e amizade que prometem tornar os meus dias ainda mais especiais. Tá sendo muito bom experimentar isso.

Paramos algumas vezes na estrada e as paisagens em nenhum momento paravam de mudar. Quando eu achava que finalmente teriamos uma certa monotonia visual, tudo mudava novamente. Muitos lilis, muitos tufinhos, muita boa música depois e chegamos na fronteira do Chile com a Argentina. A mais organizada até o momento. No mesmo lugar já fizemos saída do Chile e entrada na Argentina e Aduana dos dois países também. A vistoria do carro foi rápida e não precisamos passar nada pelo raio-x. Ufa.

Seguimos nosso caminho e paramos em mais um salar, dessa vez a Salina Grande, já na Argentina. O céu estava de um azul escuro e intenso e constratava lindamente com o branco do sal. "Saquen las fotos y vamos!" Continuamos rodando. O salar deu lugar a montanhas e caminhos sinuosos. De repente começaram a surgir cactus e montanhas coloridas. Burricos e Lhamas por todos os lados. Eu e a Julia estavámos quase pulando pra fora do carro de tanta emoção com tudo aquilo.

Depois de descer muitos metros pela estrada, aos poucos as montanhas foram ficando coloridas. Eram muitas cores diferentes em montanhas diversas. Uma loucura! Chegamos em Purmamarca, onde passariamos a noite em uma pousada muito charmosa e aconchegante chamada Huaira Huasi.

Purmamarca significa “Pueblo de la Tierra Virgen” em língua aimará, e as montanhas, o cerro, originado há 75 milhões de anos, é formado por sedimentos marinhos, lacustres e fluviais que foram se depositando na zona durante séculos. Cada cor vem de um período geológico diferente. É um abuso de tão lindo. Dava vontade de ficar ali olhando pra aquelas montanhas sem parar. A Julia tentou abraçar alguns cactus, mas acabou tendo que abortar a missão. O amor não era assim tão recíproco e ela se espetou. rs.

Como chegamos cedo e o nosso quarto ficava em uma casa na pousada com sala e lareira, resolvemos ir até a cidade comprar vinho e uns aperitivos e jantar por ali mesmo. Demos uma voltinha na cidade, compramos mais coisinhas (a feira de artesanato lá é imperdível!) e voltamos pra pousada. Eu, Julia e Monika nos aventuramos na cozinha e fizemos várias coisinhas pra comer com o vinho. Fazia tempo que não fazia algo assim. Foi gostosa aquela sensação de estar em uma casa e não em um hotel. Ficamos na frente da lareira conversando, ouvindo música, bebendo vinho. É engraçado, mas essas pessoas já são pra mim quase uma família. Naquele momento eu queria ter ficado em Purmamarca pelo menos por mais uma vida.